sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Torcidas Organizadas - Quadrilhas disfarçadas


Precisamente 00:12 de Sábado e cá estou sem nenhuma gota de sono.
Revolta biológica esta causada por uma indignação profunda e desconcertante.
Alguns minutos atrás o silêncio da noite foi rompido com ecoantes gritos de socorro: olhando pela janela do apartamento, deparei-me com um bando de vândalos, marginais, estúpidos e todos adjetivos que merecem ser dados à esses animais, espancando um único rapaz.
Indefeso e amedrontado, o rapaz só conseguira gritar exaustivamente a palavra "Socorro!", enquanto os abutres, filhinhos dos donos do mundo, só sabiam chutar, socar e xingar o pobre coitado.
Mediante tanto desespero, me passou pela cabeça descer do apartamento e espancar cada integrante desse bando, pois isso é a mais suave das penas que mereciam ali, naquele momento. Contudo, como popularmente se diz "meu peito não é de aço", tive de concordar com tal afirmação e, infelizmente, tomar as dores do rapaz e assistir àquela cena desumana.
Não sei se os bandidos endinheirados em questão faziam parte de alguma torcida, ou são somente mais uns filhinhos do capitalismo mimado que gostam de sair batendo em seres humanos (classe adversária) por aí.
O que busco aqui é fazer um paralelo com a situação que se encontram as torcidas organizadas de Curitiba e desse país, onde cenas como essa presenciada a instantes são costumeiramente vistas sem a menor repercussão.
Torcida organizada hoje é o mesmo que facção, quadrilha e bandidagem sem limites.
Não passam de porcos imundos e imaturos, onde fazem do esporte um pretexto para utilizarem a violência e o insulto como formas de repressão.
Quebram pontos de ônibus e os próprios, derrubam placas, destroem tudo o que lhes for agradável e devastam a cidade como se estivessem em um jogo de vídeo-game.
E não venham me dizer que é somente uma ou outra que comete esse tipo de crime. Todas, sem exceção, possuem marginais e formadores de grupos deste tipo. Não importa se são 10 ou 100 mil, estão presentes sim em todos os cantos do Brasil e cada vez mais deflagram esse tipo de comportamento rebelde entre os novos "torcedores" de cada time.
A maior vergonha, ainda, é ter de ver policiais sendo agredidos como bonecos de fantoche nas mãos destes marginais. Ou seja, não têm medo nem daqueles que andam armados e foram treinados para defender a população, que dirá da própria sociedade, armada somente com palavras.
Como se não bastasse, nos telejornais o futebol ganha espaço de 10 a 20 minutos, enquanto às guerras de torcida mal ocupam espaço ou muitas vezes nem aparecem.
Que futebol é esse? Que ao contrário do significado de saúde, traz a morte? Que indivíduos estão sendo criados dentro dos estádios brasileiros e jogados à população de bem da mesma forma que se jogam aranhas num vidro de insetos?!
O Brasil precisa parar com essa estupidez de incentivar os "torcedores" a lotar estádio, a "vibrar" com seu time do coração. Isso não passa de falso moralismo, pois não existe mais um esporte saudável, pelo contrário, cada Quarta-feira ou Domingo de jogo, dezenas morrem a troco de nada e milhões têm de assistir à vergonha que é ser um torcedor nos dias atuais.
Talvez esse seja um dos maiores motivos pelo qual não sou apaixonado por nenhum time, onde futebol não me orgulha de ser brasileiro e não me faz sentir fanatismo por um bando de homens correndo atrás de uma bola.
É claro que em todos os esportes existem rixas, mas os jogadores são extremamente profissionais e contribuem com o esporte, ao contrário de seus torcedores, que visam somente a destruição e a rivalidade.
Alguns dirão que meu discurso é niilista, pejorativo, mas ninguém calará minha voz enquanto cidadão de bem e que luta por esse que chamamos de país.

Se sou minoria, pouco me importa. Se sou único, pouco me importa. O que me importa mesmo, é ver animais de diferentes classes como esses, atrás de um só time: o time da jaula!

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