quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Apagão - Parte IV

"Nosso sistema não é frágil" - Edison Lobão, ministro de Minas e Energia em coletiva de imprensa.
Premissa essa que fora colocada à prova na noite de ontem, quando um apagão deixou 18 Estados e cerca de 800 cidades brasileiras no breu.
Cabe aqui uma lógica nem muito filosófica: Se não sou frágil, sou sólido, logo não sou pouco estável.
Fica a dúvida então da integridade do sistema brasileiro de produção e transmissão de energia, já que não está preparado para uma falha desta dimensão.
Agora dizem que a causa ainda é desconhecida, o que soa mais como um tempo extra que as lideranças têm para inventar uma bela desculpa.
Difícil vai ser explicar aos 60 milhões de brasileiros, onde alguns tiveram de ser assaltados, comerciantes que perderam seus lucros, se acidentaram no trânsito ou não puderam retornar aos seus lares na noite de ontem.
Como se não bastassem os prejuízos internos trazidos por mais este apagão, obviamente que a repercussão mundial foi e está sendo feita em grande alarde.
É aí que entra aquela indagação feita há pouco tempo referente à segurança pública, quando traficantes entraram em guerra nos morros cariocas: "E as Olimpíadas?! E a Copa do Mundo?!"
Pois é, nosso país parece estar dando trabalho no que se diz respeito à infra-estrutura e fazendo lideranças internacionais repensarem no momento de escolhê-lo como sede de eventos desta magnitude.
Quem paga a conta, claro, mais uma vez somos nós, neste Brasil que não investe em energia eólica, a gás, e não sabe o que fazer quando uma situação dessa atinge seu povo. Acham-se os maiorais por ter uma usina do porte de Itaipu e uma rede de transmissão como Furnas e esquecem que ter reservatórios eólicos e a gás de vez em quando vai bem.
O que sabem mesmo é enrolar, não explicar os fatos na íntegra, mostrando que ainda têm dúvida quanto reger 180 milhões de habitantes.
Dúvida, que aliás, sempre é a nossa palavra "amiga". Já se tornou um termo adepto dos brasileiros: quando não sabemos o que estão fazendo com nosso dinheiro, a resposta é a dúvida.

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